Agora, quase uma década depois, Murphy volta à selva que é a vida escolar, dessa vez em parceria com Ian Brennan e Brad Falchuk. A grande aposta da Fox dessa temporada, a ponto do canal ter realizado a pré-estréia da série depois do American Idol, Glee possui ecos de Popular, mas ao mesmo tempo consegue ser completamente diferente.
Cheio de personagens amalucados, excêntricos, exagerados e cruelmente caricatos, a série abusa e tira graça de situações constrangedoras. Assim como em Popular, a divisão entre os populares e os impopulares é clara e ultrapassá-la é crime punido com exclusão e violência. Um loser nos tempos do colégio, Murphy mostra os populares como um bando de otários tão preocupados com o que tem agora que ficam cegos para a vida medíocre e fracassada que vão ter depois do colégio. Embora sejam cruéis e estúpidos, sentimos por eles mais pena do que ódio.
Os impopulares, por outro lado, são a definição do outcast, estranhos, deixados de lado, eles são os únicos que parecem realmente saber o que querem e aonde querem chegar, por isso se agrupam no coral do colégio. A intersecção entre esses dois mundos se dá quando Finn Hudson, o zagueiro do time de futebol se junta ao grupo de canto depois de uma armação do professor responsável pelo coral, Will Schuester.
Com acertado tom de comédia, Glee também é bem-sucedida na tarefa de ser uma boa série musical, tarefa ingrata para séries do gênero – Viva Laughing! da CBS não durou três episódios. Os números musicais são bacanas e funcionam bem fora da série, a versão de Glee para Don´t Stop Believing do Journey chegou ao sétimo lugar no Hot 100 da Billboard.
Eu adorava Popular! Acho que vou dar uma olhada nessa série!!