O novo filme de Scorsese tem sido muito comentado. A história contada se refere a Teddy Daniels, um detetive que chega a uma espécie de hospício, situado numa ilha, para investigar uma fuga. Como todo bom filme de hospício, o intuito é confundir o espectador, e o diretor o faz com todas as ferramentas. Não é uma confusão do tipo que ninguém entende nada, mas sim um anseio de saber o que está rolando.
Claro que não dá pra deixar de lado a falta que o filme cometeu logo na abertura: prepare-se porque o mar encaixado na cena está terrivelmente mal-feito. Isso passa ao entrarmos de fato na história. Não é um filme assustador, como algumas pessoas estão vendendo, mas um misto de suspense com policial, bem articulado e bem resolvido.
A violência tão trabalhada nos filmes de Martin Scorsese está camuflada neste longa. É uma violência teórica. E apesar do protagonista se colocar como um homem não violento, vemos o estilo Scorsesiano nas palavras de um general: "A violência é um presente de Deus"
Reviravoltas e a excelente atuação de Leonardo DiCaprio somados ao estilo de Martin Scorsese resultaram num filme caprichado, e como prova tivemos aí Ilha do Medo em primeiro lugar nas bilheterias americanas.
Não se engane, não é um filme qualquer. Ilha do Medo não é cheio de sangue e lobisomens saindo do escuro e fazendo pessoas gritarem no cinema. É um filme longo, e em alguns momentos ligeiramente arrastado. Também não é a obra prima do diretor, mas com certeza, um filme muito bom.