Quando eu conheci o trabalho de Michael Jackson, ele já não estava na sua melhor fase. Já era década de 90 e a música do momento era Black or White. Foi a partir dessa música que eu, meus primos e amigos (tão jovens quanto eu) conhecemos Bad, Smooth Criminal, The Way You Make Me Feel, Billie Jean, Beat it e Thriller. Nós jogamos Smooth Criminal no Master System no qual o objetivo era nada menos do que salvar Annie.
Muito aconteceu nesses anos todos, e em 2009 Michael Jackson anunciou sua última turnê que não chegaria a acontecer. Normalmente a morte santifica as pessoas e com Michael não foi direfente. A volta triunfal aconteceu sem ele.
Me lembrando de tudo isso, fica muito difícil não levar esse sentimento para a sessão de This is it. Portanto, vou pedir licença a imparcialidade pra fazer esse post.
O que você vai ver em This it it é o "por trás" do espetáculo. A primeira sensação que se tem olhando o Rei do Pop nos ensaios é de pena. Pena por no que ele se transformou, pena porque era tão jovem e morreu, pena porque era tão talentoso e morreu às portas de uma mega turnê, enfim. Mas assim que o artista começa a colocar suas manguinhas de fora essa sensação dá lugar ao deslumbramento. Michael canta, dança e apesar de todo o tratamento que o video deve ter recebido, pra mim, o artista prova que tinha todas as condições de voltar aos palcos. Novos clipes, gravados para o show, e os hits que foram/são sucessos fazem nossos pezinhos ficarem balançando na cadeira. É verdade que o documentário também constrói a imagem de Michael Jackson, seja pelos depoimentos emocionados das pessoas que trabalharam com ele ou pela frase preferida do artista "tudo por amor". Os bastidores revelam o que transforma um mero cantor em um ídolo, um ícone. Parafraseando meu colega de sessão: só escutamos e gostamos muito do que ouvimos, porque o cara está lá olhando cada ponto. MJ controla cada nota, cada tom, cada duração e compasso. Um dos integrantes da banda diz "Não se engana o Michael, ele conhece muito bem suas músicas". This is it é a despedida que corrobora o que todos já sabemos: Michael Jackson era um artista completo e o Rei do Pop.