A primeira vez que vi Quentin Tanrantino ele não era exatamente ninguém, pra mim. Num filme dirigido por Robert Rodriguez, de quem mais tarde eu descobriria outras coisas muito legais, Quentin assinava o roteiro e atuava ao lado de George Clooney. O nome da obra? Um drink no inferno. Anos mais tarde eu me encontraria com Cães de aluguel, e depois com Pulp Fiction e depois Kill Bill. E foi então que descobri que me amarro no diretor.
Em Bastardos Inglórios não poderia ser diferente. O filme é simplesmente sensacional. Nesse longa encontramos uma história que começa no campo francês. Dessa primeira cena saem dois persoangens: O Coronel Hans Landa (Christoph Walt, que interpreta maravilhosamente) e Shosanna Dreyfus (Mélanie Laurent). Logo depois entram em cena os Bastardos, tropa comandada por Aldo Rayne (Brad Pitt), que é conhecida por arrancar escalpos de suas vítimas nazistas. Finalmente temos a atriz e agente dupla Bridget Von Hammersmark (Diane Kruger). Shosanna vê sua família ser morta pelo Coronel Hans. Ela, a única sobrevivente, anos mais tarde, aderiu o nome de Emanuelle, e é dona de um cinema em Paris. Por ocasiões a parte uma grande estréia de um filme alemão será feita no cinema de Shosanna, e toda a elite do nazismo estará lá, incluindo Hilter. É a chance de uma grande vingança. Se você ainda não assistiu ao filme não continue. Veja primeiro e depois volte pra comentar com a gente. (contém spoilers)

O filme é dividido em capítulos, abrindo com o Coronel Hans Landa (Christoph Walt) e um fazendeiro francês. Nesse primeiro capítulo uma das marcas de Quentin: os diálogos afiados. O diálogo entre os personagens é tão bem elaborado que a minha tensão foi só crescendo. A qualquer momento eu esperava um jorro de sangue, alguém pulando no outro ou outras coisas bizarras. Mas isso só veio um pouco mais tarde. No capítulo que conhecemos Os Bastardos e outra marca se manifesta: a violência, sem eufemismos, de Tarantino. Vemos um dos soldados arrebentar a cabeça de um tenente alemão com um taco de beisebol e os escalpos sendo arrancados. Brad Pitt está, se não no melhor, num de seus melhores personagens: caricato e perfeito no papel. Brilho também do diretor no personagem, já que o próprio ator disse que o tenente Aldo estava todo definido e que o diretor não permitiu que ele fizesse nada que estivesse fora do script. Mas não é só Pitt que ganha destaque, o elenco todo brilha num filme com enquadramentos interessantes e uma trilha que dá ao filme a melodia Tarantinesca.
Outra coisa bastante interessante é que o inglês não é a lígua mãe. Temos inglês, assim como temos alemão e francês e ainda um pinguinho de italiano.
No capítulo 3 caminhamos para o desfecho, e um desfecho muito interessante. Novamente nos encontramos com Shossana, agora Emanuelle, e conhecemos outros personagens como o ex-crítico de cinema, Tenente Archie Hicox (Michael Fassbender) e a atriz Von Hammersmark (Diane Kruger) que atua como agente dupla e outra cena com diálogos arrasadores.
A história conduz a um local íntimo de Tarantino: o cinema. A vingança se resume num grande filme. É através do cinema que Shossana diz sua mensagem e é dentro do cinema que ela se vinga. O plano paralelo de Shossana se encontra com a operação Kino, executada pelos Bastardos e pela atriz, e ambos possuem o mesmo objetivo. Mas a vítima, a garota judia, não se vinga de seu predador, pelo menos não pessoalmente. Shossana revida ao nazismo, mas não acerta seu alvo pessoal, o Coronel Hans. Clichê eliminado! Quanto aos Bastardos, bem eles também conseguem o que querem!
No mais, haveria muito o que dizer. Quentin Tarantino é sempre um diretor polêmico que divide a crítica e o público. É um cara que você pode não gostar do que ele faz, mas temos que assumir que ele parece saber o que está fazendo, já que mantém sua linguagem. E se você não gosta do que ele já fez, não perca seu tempo indo assistir outro filme dele porque você não vai gostar. Não me venha dizer que ele exagera, que não é real, que é viagem. Porque gente, é isso mesmo. E se você não curte isso não irá gostar de nada que ele faz. É simples assim.
Vi críticas dizendo que Bastardos é uma cópia, que o público gosta porque é Tarantino e blá blá blá. Bom meu povo, não sei se é uma cópia, acho difícil, mas não se pode negar que o traço do diretor está em Bastardos Inglórios tanto quanto em seus outros filmes. E se o público gosta porque é do diretor, bom, esse público deve ser como muitos outros que adoram um Godard e veneram Glauber Rocha, e burro daquele que não não gosta desses mestres da arte.
Fazer o quê? O nerd roteirista de Um drink no inferno tem estilo; é pop e, hoje, é cult. Assim sendo, só posso dizer a você que não perca Bastardos Inglórios. Confira o trailer aqui no seu blog preferido.

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1 Response to "Bastardos Inglórios"

  1. Marina Said,

    Oxi, sua resenha é do dia 19 mesmo?? Acho que deu tilt.

    Nathalia, queria dar uma sugestão pra vc. Vc poderia escrever as críticas dos filmes sem dar spoilers, pq quando vc faz isso, vc está restringindo mto quem pode ler seus posts. Além disso, acho que as pessoas mais interessadas em ler resenhas são aquelas que ainda não viram o filme, justamente para ver se vale a pena baseado nas opiniões do pessoal. ;) Né!
    Bjos