Dragões, normalmente, representam um espécie de teste na vida dos personagens, veja aí por exemplo Avatar, ou o mais antigo Eragon, que se torna um cavaleiro ao ser escolhido por seu dragão. Bem, para a DreamWorks não foi diferente.

Acostumada a produzir animações que têm como protagonistas adultos ou animais (Shreek, Madagascar, Monstros vs. Alieníngenas entre outros), em Como treinar o seu dragão a DreamWorks traz um adolescente para protagonizar um longa animado cheio de ousadia. Na história, Soluço é um jovem com uma visão progressista e um senso de humor fora do padrão de sua tribo viking e, de seu pai Stoico, o chefe da tribo. Na ilha de Berk, onde o menino vive, lutar contra dragões é um estilo de vida. A oportunidade de se integrar ao seu ambiente e provar que tem o que é preciso para ser um guerreiro surge quando Soluço é inserido no treino com dragões. Mas, ao se tornar amigo de um dragão ferido, o garoto vê seu mundo virar de cabeça para baixo e o que era uma oportunidade de virar um guerreiro, acaba se tornando uma chance de criar um novo rumo para o futuro de toda a aldeia.

Inspirado na série de livros de Cressida Cowell, Como treinar o seu dragão na verdade vem como uma origem para a história da série. Para contá-la, a DreamWorks se vale de boas cenas de ação, ângulos de câmeras ousados e uma qualidade incrível no visual. Da água aos metais, a animação computadorizada convence. Os pêlos, normalmente difíceis de serem recriados, são bastante explorados nos personagens vikings como a longa e cheia barba de Stoico, ou mesmo os pêlos dos braços. É realmente fascinante a verossimilhança.

No que diz respeito aos dragões, o estilo animalesco dos bichinhos, que não falam, contribui para tornar a dinâmica entre os personagens e os animais selvagens mais interessante.

Como toda nova animação que se preze, Como treinar o seu dragão chega aos cinemas em 3D. Funciona muito bem. Diferente de muitas coisas que saem por aí, o desenho foi elaborado em 3D e não transformado para o formato depois de finalizado. Isso é muito bom, ou seja, a ferramenta completa o filme e enriquece a ligação com o espectador.