É quase inevitável. Sempre que um livro faz muito sucesso, todos os outros que se seguem com o mesmo tema são olhados com desconfiança, como caça-níqueis tentando faturar em cima de um best-seller. Mesmo com os vampiros, personagens centenários, essa impressão fica. Depois da série de livros de Stephenie Meyer, os sanguessugas voltaram a ativa e parecem estar em todo lugar.
Foi com essa sensação de desdém e desconfiança que eu primeiramente coloquei os olhos em Noturno, mas dando mais uma olhada na capa vi que Guillermo Del Toro estava envolvido no projeto e me interessei. Afinal, o cara já fez muita coisa boa no cinema e é grande entusiasta da fantasia e do horror. A idéia original de Noturno e de Del Toro, mas o livro foi escrito pelo romancista Chuck Hogan. Esse projeto a quatro mãos tem seus méritos e deméritos, mas nenhum pecado grave.
A história, a princípio não trás nada de extraordinário, embora parta de um interessante acontecimento. Um avião, vindo da Alemanha, chega aos Estados Unidos com toda tripulação morta, sem explicação. O infectologista Eph é chamado para elucidar a situação, e acaba descobrindo uma conspiração vampírica que pretende acabar com a raça humana com rapidez assustadora.
Embora a história seja de Del Toro é o estilo de Hogan que prevalece na narrativa, o que não deixa de ser decepcionante. Não que o cara escreva mal, mas seu estilo é igual ao de muitos outros. Acho que o principal problema do livro é dar espaço em sua narrativa para tantos personagens. Sem tempo para desenvolvê-los bem , os personagens tropeçam na trama o tempo todo, uns aparecem em um momento e são esquecidos por mais de cem páginas até aparecerem de novo. Melhor seria se concentrar em Eph e Nora, dois cientistas que se vêem perdidos diante dos corpos aparentemente sem vida dos tripulantes do avião, ou em Setrakian, o Van Helsing da vez em sua peregrinação pelos strigoi.
Setrakian, aliás, é o protagonista do momento do livro que mais tem a cara do Del Toro. Sobrevivente da Segunda Guerra Mundial, ele tem seu primeiro encontro com um vampiro num campo de concentração. O vampiro se esgueirava pelo campo à noite para tomar o sangue dos velhos e fracos que morriam durante a noite. Durante uma rebelião, ele consegue fugir, mas mantém seu ideal de destruir o vampiro, mas é perseguido por um oficial nazista transformado em vampiro. Vampiros nazistas atrás de um garoto de dezenove anos, isso sim daria um grande livro.
A mitologia dos vampiros, por sinal, não se enriquece com Noturno. A idéia do vampirismo como um vírus, se não me engano, já foi explorada antes. O que diferencia os vampiros de Noturno dos demais é que eles desprovidos de qualquer humanidade. São uma mistura de zumbis com predadores, que só vivem para saciar sua sede. Quando se dedica a explorar a brutalidade desses seres, Noturno atinge seus melhores momentos, com cenas de terror muito bem boladas e conduzidas.
Com mais dois livros pela frente, a Trilogia da Escuridão dificilmente vai se tornar um fenômeno de vendas, não por não ter qualidade, mas pois, a meu ver, é literatura para um público muito específico. Noturno deixa isso bem claro, e como aperitivo acerta em cheio no que se propõe: deixar os leitores na expectativa para os próximos livros, onde a pancadaria vai comer solta.
Foi com essa sensação de desdém e desconfiança que eu primeiramente coloquei os olhos em Noturno, mas dando mais uma olhada na capa vi que Guillermo Del Toro estava envolvido no projeto e me interessei. Afinal, o cara já fez muita coisa boa no cinema e é grande entusiasta da fantasia e do horror. A idéia original de Noturno e de Del Toro, mas o livro foi escrito pelo romancista Chuck Hogan. Esse projeto a quatro mãos tem seus méritos e deméritos, mas nenhum pecado grave.
A história, a princípio não trás nada de extraordinário, embora parta de um interessante acontecimento. Um avião, vindo da Alemanha, chega aos Estados Unidos com toda tripulação morta, sem explicação. O infectologista Eph é chamado para elucidar a situação, e acaba descobrindo uma conspiração vampírica que pretende acabar com a raça humana com rapidez assustadora.
Embora a história seja de Del Toro é o estilo de Hogan que prevalece na narrativa, o que não deixa de ser decepcionante. Não que o cara escreva mal, mas seu estilo é igual ao de muitos outros. Acho que o principal problema do livro é dar espaço em sua narrativa para tantos personagens. Sem tempo para desenvolvê-los bem , os personagens tropeçam na trama o tempo todo, uns aparecem em um momento e são esquecidos por mais de cem páginas até aparecerem de novo. Melhor seria se concentrar em Eph e Nora, dois cientistas que se vêem perdidos diante dos corpos aparentemente sem vida dos tripulantes do avião, ou em Setrakian, o Van Helsing da vez em sua peregrinação pelos strigoi.
Setrakian, aliás, é o protagonista do momento do livro que mais tem a cara do Del Toro. Sobrevivente da Segunda Guerra Mundial, ele tem seu primeiro encontro com um vampiro num campo de concentração. O vampiro se esgueirava pelo campo à noite para tomar o sangue dos velhos e fracos que morriam durante a noite. Durante uma rebelião, ele consegue fugir, mas mantém seu ideal de destruir o vampiro, mas é perseguido por um oficial nazista transformado em vampiro. Vampiros nazistas atrás de um garoto de dezenove anos, isso sim daria um grande livro.
A mitologia dos vampiros, por sinal, não se enriquece com Noturno. A idéia do vampirismo como um vírus, se não me engano, já foi explorada antes. O que diferencia os vampiros de Noturno dos demais é que eles desprovidos de qualquer humanidade. São uma mistura de zumbis com predadores, que só vivem para saciar sua sede. Quando se dedica a explorar a brutalidade desses seres, Noturno atinge seus melhores momentos, com cenas de terror muito bem boladas e conduzidas.
Com mais dois livros pela frente, a Trilogia da Escuridão dificilmente vai se tornar um fenômeno de vendas, não por não ter qualidade, mas pois, a meu ver, é literatura para um público muito específico. Noturno deixa isso bem claro, e como aperitivo acerta em cheio no que se propõe: deixar os leitores na expectativa para os próximos livros, onde a pancadaria vai comer solta.
Eu li sobre esse livro na Veja, mas não é tanto minha praia.
Essa idéia lembra mto aquele filme 100 dias de noite (ou algo do tipo, não lembro direito), vc viu? É bem bacana...
Ficou legal sua resenha, posta lá no skoob!
=*