Quando nos primeiros momentos de Milk, o personagem título, interpretado por Sean Penn, solta a frase que viraria seu lema nas campanhas eleitorais: "Meu nome é Harvey Milk, e eu quero recrutá-lo", fica claro o estilo panfletário do filme de Gus Van Sant. Assim como Milk, o homem, Milk, o filme, deixa claras suas intenções de convocar o telespectador para se unir à luta contra as desigualdades e o preconceito.
Milk se passa nos anos 70, período complicado para a diversidade nos Estados Unidos. Após as revoluções sexuais e culturais da década de 1960, o país se fechou em um conservadorismo fora de época, e verdadeiras cruzadas em favor da “moral e dos bons costumes” foram iniciadas. Usando esse momento castrador como pano de fundo, Milk mostra homens sendo presos pelo simples fato de serem gays, um comerciante limpando as mãos logo após cumprimentar Milk, o descaso de policiais ante o corpo brutalizado de um rapaz, e nós vemos tudo com a simpatia geralmente destinada aos oprimidos.
Mas seguindo sua verve panfletária, Milk em nenhum momento mostra os gays como coitados, mas como ativistas preparados para enfrentar manifestações, realizar boicotes e lutar pela igualdade de direitos civis. Longe de arrastarem correntes e se lamentarem, os gays de Milk são felizes, apesar de tudo, coloridos e livres. Raras exceções são os enrustidos donos de uma revista, que negam seu apoio à candidatura de Milk, e ficam de fora da orgástica comemoração da vitória. Com um elenco entrosado e homogêneo, capitaneado por um brilhante Sean Penn, Gus Van Sant segue sua tradição de apostar em atores novos (como já fez com Keanu Reeves e Michael Pitt). James Franco e Diego Luna se destacam como os casos amorosos de Milk, o primeiro romântico , o segundo instável e problemático. Mas é Emile Hirsch quem rouba a cena com o divertido e impulsivo Cleve Jones. Outra decisão acertada de Gus Van Sant e do roteiro oscarizado de Dustin Lance Black, é a não escalação de uma atriz para interpretar a odiosa Anita Bryant. Líder da cruzada contra os direitos civis dos homossexuais, Bryant aparece em imagens de arquivo recitando seus discursos preconceituosos e xenofóbicos, com toda a propriedade de uma ex-garota propaganda de suco de laranja.
O DVD de Milk apresenta três documentários em seus extras: Lembrando Harvey, com o depoimento de pessoas que acompanharam a trajetória política de Milk, Hollywood vem para São Francisco, o making of com entrevistas com o elenco, produtores e equipe técnica, e Marchando pela liberdade, sobre as passeatas e manifestações ocorridas nos anos 70.
Um dos grandes filmes do ano passado, Milk foi indicado a 8 Oscar, tendo ganhado os prêmios de Melhor Ator e Melhor Roteiro Original. Por si só uma manifestação das melhorais no tratamento aos homossexuais, tanto o diretor Gus Van Sant, como o roteirista Dustin Lance Black são homossexuais assumidos e bem sucedidos, Milk ainda apresenta uma interessante história de superação e luta, uma inspiração não só para os gays, mas para todos aqueles que acreditam em liberdade. E ainda que os progressos nessa área sejam visíveis, é assustador ver que ainda falta um longo caminho a ser percorrido. Trinta anos depois, psiquiatras e religiosos ainda se dizem aptos a curar a homossexualidade, o dublador oficial de Sean Penn se recusou a fazer parte do filme, e se uma nova Anita Bryant aparecer não serão poucos os que se aliarão a ela. Mas Harvey Milk não se intimidaria por isso, e continuaria na luta, fazendo a diferença, distribuindo esperança.
Milk se passa nos anos 70, período complicado para a diversidade nos Estados Unidos. Após as revoluções sexuais e culturais da década de 1960, o país se fechou em um conservadorismo fora de época, e verdadeiras cruzadas em favor da “moral e dos bons costumes” foram iniciadas. Usando esse momento castrador como pano de fundo, Milk mostra homens sendo presos pelo simples fato de serem gays, um comerciante limpando as mãos logo após cumprimentar Milk, o descaso de policiais ante o corpo brutalizado de um rapaz, e nós vemos tudo com a simpatia geralmente destinada aos oprimidos.
Mas seguindo sua verve panfletária, Milk em nenhum momento mostra os gays como coitados, mas como ativistas preparados para enfrentar manifestações, realizar boicotes e lutar pela igualdade de direitos civis. Longe de arrastarem correntes e se lamentarem, os gays de Milk são felizes, apesar de tudo, coloridos e livres. Raras exceções são os enrustidos donos de uma revista, que negam seu apoio à candidatura de Milk, e ficam de fora da orgástica comemoração da vitória. Com um elenco entrosado e homogêneo, capitaneado por um brilhante Sean Penn, Gus Van Sant segue sua tradição de apostar em atores novos (como já fez com Keanu Reeves e Michael Pitt). James Franco e Diego Luna se destacam como os casos amorosos de Milk, o primeiro romântico , o segundo instável e problemático. Mas é Emile Hirsch quem rouba a cena com o divertido e impulsivo Cleve Jones. Outra decisão acertada de Gus Van Sant e do roteiro oscarizado de Dustin Lance Black, é a não escalação de uma atriz para interpretar a odiosa Anita Bryant. Líder da cruzada contra os direitos civis dos homossexuais, Bryant aparece em imagens de arquivo recitando seus discursos preconceituosos e xenofóbicos, com toda a propriedade de uma ex-garota propaganda de suco de laranja.
O DVD de Milk apresenta três documentários em seus extras: Lembrando Harvey, com o depoimento de pessoas que acompanharam a trajetória política de Milk, Hollywood vem para São Francisco, o making of com entrevistas com o elenco, produtores e equipe técnica, e Marchando pela liberdade, sobre as passeatas e manifestações ocorridas nos anos 70.
Um dos grandes filmes do ano passado, Milk foi indicado a 8 Oscar, tendo ganhado os prêmios de Melhor Ator e Melhor Roteiro Original. Por si só uma manifestação das melhorais no tratamento aos homossexuais, tanto o diretor Gus Van Sant, como o roteirista Dustin Lance Black são homossexuais assumidos e bem sucedidos, Milk ainda apresenta uma interessante história de superação e luta, uma inspiração não só para os gays, mas para todos aqueles que acreditam em liberdade. E ainda que os progressos nessa área sejam visíveis, é assustador ver que ainda falta um longo caminho a ser percorrido. Trinta anos depois, psiquiatras e religiosos ainda se dizem aptos a curar a homossexualidade, o dublador oficial de Sean Penn se recusou a fazer parte do filme, e se uma nova Anita Bryant aparecer não serão poucos os que se aliarão a ela. Mas Harvey Milk não se intimidaria por isso, e continuaria na luta, fazendo a diferença, distribuindo esperança.
Rola a boca pequena que um dos muitos problemas no casamento de Sean Penn& Madonna é que ela é e sempre foi rainha dos gays e ele era "um pouco" homofóbico.... foi um burburinho geral a escolha dele para esse papel e, pra mim pessoalmente, uma surpresa pq ele está muito bem no filme...
Nossa ele arrasou! Talvez Milk tenha conseguido isso também. Sua história (e tambe'm uma boa graninha) incentivou um homofóbico assumido - Sean Penn - a interpretar o papel. E ainda terminamos com Antonny hoppinks dizendo que não sabe como Sean Peen enganou tantos anos como heterossexual! hahahahah
Adorei esse filme! E gente, eu não lembrava que era o Emile Hirsch no papel do Cleve!!!! Acho esse ator demais, um dos melhores dessa geração mais nova.